quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

"VOU VARRENDO, VOU VARRENDO...."

Estamos vencendo afinal! O front da batalha é duro. Inimigos escondidos aparecem quando você menos espera, mas aos poucos, com minha super vassoura e meus soldados, vou dando conta.
Até ontem já tínhamos enchido até o limite um container de tralha. Já tiramos também mais de 30 sacos de 150 litros de lixo e ainda não acabou. O que estava dentro da casa já se foi, agora é questão de limpar, porém no quintal, ainda há muita coisa para ser despachada
Acho que preciso urgentemente encontrar "mãe Lucinda". Se alguém souber dela, por favor, me avise. Ofereço recompensa. Não consigo atinar como é que uma só pessoa possa acumular tanta sujeira em uma casa tão pequena. Dizer "sujeira" é elogio. Sujeira era o que eu via, junto com bagunça, objetos quebrados, largados em qualquer canto. O que eu não via era a "porcância", escondida dentro de armarios, atrás de móveis. Sim, porque há uma diferença entre sujeira e imundície e a minha batalha agora é contra a segunda. O preço dessa luta? Um corpo cansado, moído. Hoje dormi até perto do meio dia, ainda nem almocei. Agora vou me deter na cozinha. Os armários já foram limpos, o bercário dos ratos definitivamente explodidos. Agora é varrer e colocar no lugar os apetrechos que comprei ontem. Sim, tive que comprar tudo novo, pois não sobrou sequer um prato inteiro.O que não estava carcomido pela nojeira, estava quebrado. Preferi poupar minhas mãozinhas do detergente. Resolvi que na casa ficará o mínimo de coisas. Assim, deixei um sofá, uma cama, dois armários na cozinha, um fogão (geladeira não, ela foi tombada em campo de batalha) e uma enorme mesa de oito lugares. Não sei para quem prepararei esse banquete. Talvez para os cachorros,quando vier o dia da vitória final. Quando comecei esta empreitada tinha sonhos absurdos de poder, se não reconstruir, mas dar uma boa maquiada na casa. Ledo engano. A medida em que ia limpando e tirando os restos mortais, ia aparecendo uma estrutura que não tem mais como ser consertada. O que voces pensam? Passar por uma enchente, um incêndio e depois cair nas mãos do "tragédia humana" não é para qualquer um.É preciso ser muito macho para ainda se manter de pé. Portanto, estou me limitando a deixar tudo o mais limpo e usável possível. Ia trocar os vidros das janelas. Desisti. O plástico saiu bem mais barato. Pensei em colocar um forro no teto. Também desisti, vou só cobrir com lona. Cortinas? Sim. Aproveitei umas velhas que eu tinha, mas nada de varão, vão ser fixadas mesmo é com tachihnas. Minimalismo puro, Mies van der Rohe ia amar. Cheguei a dura conclusão que não adianta dar murro em ponta de faca, mas sei, tenho certeza de que um dia é para lá que voltarei, depois de colocar tudo abaixo e reconstruir uma nova casa. Agora é esperar que o tempo mude (aqui tem pouco sol, muito vento e não está calor), para montar minha piscininha de "prástico com fundo de plastilha" e ficar me bronzeando enquanto meu marido assa uma carninha numa churrasqueira improvisada e toma uma loira estupidamente gelada, tirada diretamente da caixa de isopor.

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