domingo, 6 de janeiro de 2013

ESTUDO FILOSÓFICO DA PERIGUETE -PARTE 1

"ERA UM BIQUINI DE BOLINHA AMARELINHA TÃO PEQUENINHO, MAL CABIA NA ANA MARIA".
Ah! tempos inocentes aqueles, em que um biquini causava furor nas praias e era proibido por nossas mamães, afinal moça direita não usa essas indecências. Graças aos céus, a revolução feminina liberou nossos corpos daqueles infâmes maiôs que tinham uma conveniente sainha para tapar a "pereca". Desde os anos 60, passamos pelos biquinis tipo cortininha, as tangas, as asas deltas e chegamos enfim, ao fio dental. Melhor dizendo, o fio dental ainda é muito grosso, melhor seria dizer fio de linha de costurar. Fica bom para todas, aquele cordãoznho enfiado solenemente entre os dois glúteos? Depende. Há bundas e bundas. Umas até merecem tamanha exposição, outras, Deus me acuda Maria Papuda; é a própria visão do inferno.
Os tempos mudaram, as mulheres mudaram. Boa parte de nós evoluíram para melhor. Conseguimos espaço profissional, carreiras brilhantes, direitos reconhecidos sobre os nossos corpos. Mas eu penso que algumas representantes do sexo feminino confundiram tudo.Quando me refiro ao sagrado direito de usar meu corpo como me aprouver, penso na possibilidade de uma vida sexual mais livre, de poder abortar (se for o caso) e até sair de peitos de fora como forma de protesto. Nunca achei o corpo nu uma coisa despudorada. Vi milhares de nudezas expostas na minha profissão (não confundam, fui enfermeira). Não que eu não visse viézes de sensualidade na nudez. Um corpo bonito (masculino ou feminino) encanta, dá tesão. Quem vai dizer o contrário? Partindo do princípio que o corpo alheio era fonte do meu trabalho, eu nunca o enxerguei como mercadoria, como carne exposta em um açougue, pronta para ser comida. E bem comida, diga-se de passagem. Para despertar esse apetite sempre acreditei que tem hora, momento, local, circunstância. Mas o que vejo agora? As netas das precursoras do feminismo, que lutaram por fazer da nudez um ato natural,expondo seus corpos com uma vulgaridade que a mim, que participei um pouquinho daquele movimento (ainda era muito nova, nem usava sutiã), causa-me vergonha. Não gente, por favor, não me imaginem uma cidadã da Idade Média. Longe de mim tal coisa. O que coloco aqui é meu espanto do quanto certas mulheres, seja por 15 minutos de fama, seja por alguns milhares de reais ou seja simplesmente por exibicionismo, fazem de seus corpos produtos de mercado público de última categoria. Gosto do que é sexy, sensual, do que esconde e mostra, de um belo decote ( preferencialmente nas costas, na frente meus "meninos" não me dão tanta liberdade), de um biquini de bolinha amarelinha pequenininho, desde que esconda um pouco "as vergonhas" como diriam os antigos. Há muito se perdeu a tênue linha entre a vulgaridade e a elegância, mesmo que essa venha em forma de um biquini sumário, um vestido mais justo e curto, um belo salto alto e até mesmo, um generoso top less. O que se vê agora é uma corda de grosso calibre onde as mulheres estão todas amarradas com nós de marinheiros e prontas para jogarem seus corpos desnudos sobre nós. Elas já vem armadas. Confesso, tenho medo delas. É muito peito siliconado, muita bunda, muita coxa malhada, muito botox e pouca ou quase nenhuma roupa. É a era das piriguetes. Portanto, no próximo post, vamos a elas.

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