terça-feira, 8 de janeiro de 2013

PARA TERMINAR

Só para reiterar: nada contra periguetes, nenhuma crítica a sua questão moral, a sua postura. Respeitabilidade não passa invariavelmente pela forma como nos vestimos,(mas que ajuda, ajuda). Enfim, cada qual no seu quadrado. Vamos fazer uma listinha dos objetos de desejo e consumo das periguetes: calça legging (aquelas de lycra) estampadas de preferência, sobretudo se for com estampa animal,top ínfimo, para deixar todo o silicone que ela comprou a mostra, sapato e tamancos MMMUUUIIITTTOOO alto, zilhões de bijouterias, principalmente douradas,bronzeamento artificial, daqueles que ficam meio alaranjado,calça jeans coladérrimas, de cintura baixíssima. Aí vai um adendo: meninas, depilem bem suas perecas, sob pena de ver seus pentelhinhos saindo para fora. Bolsas imensas e geralmente falsificadas, botox. Muito, e sobretudo nos lábios para ficar com boca de quem a colou num ferro quente.Óculos com aro branco, tatuagens, sutiãs com enchimento (para quem não tem cacife para pagar um silicone) e cabelos loiríssimos, com mega hair e alizadíssimos. Tem muito mais, a lista é imensa, porém quero contar a historinha prometida e que me motivou a escrever esse longo texto. Final de ano, aqui em Balneário Camboriú as pessoas costumam alugar seus apartamentos para turistas, como forma de ganhar alguma graninha. Aqui no meu prédio não é diferente. Durante o feriadão entre as festas era impossível não reparar numa figura que circulava muito a vontade e espalhafatosa pelas dependências do prédio. Já passava e bem dos 30. Bem conservada, é verdade. Tinha tudo o que lhe era de direito: morenaça, silicone nos lugares aconselhados, botox, corpo bem malhado. Só o cabelo destoava: era pintado de vermelho e cortado em Chanel fashion. Nunca consegui perceber se ela era de fato bonita. Sua produção chamava tanta atenção que a gente não se detinha muito no rosto. Vi desfilar na minha frente todos os tipos de vestidos de lycra com menos de meio metro de comprimento; todos os shorts enfiados entre os glúteos; todos os micro tops para deixar que os peitos explodissem, todos os saltos com mais de 30cm; todas as estampas (de dragões a onças e zebras). Ela não se continha. Dia 31 foi seu auge, seus 15 minutos de fama, pelo menos aqui na Vila Real. Penso que na Avenida Atlântica seu show deva ter durado mais. Parada em frente ao prédio, uma BMW branca, teto solar, carro bacana. Eu, de minha varanda, vi quando dele saiu um sujeito mais para o gordinho (não tinha barriga de tanquinho, não). Camiseta física colada no corpo, bermudão estampado e pasmem, óculos espelhados com lentes azul piscina e celular com máquina fotográfica, obvio, na mão.
Esperava a "piri" que saiu saltitando e já tirando o que se poderia chamar de saída de praia. Por baixo, quase nada. Um indefectível fio dental e um sutiã que mal cobria o bico dos peitos. Um esplendor. Entrou no carro, abriu a capota, saiu para fora dela, expôx para toda a rua seus atributos e iniciou uma sessão de fotos sensualíssimas. Era bunda pra cá, bunda prá lá, agora a tatuagem, dá uma puxadinha a mais no sutiã, faz caras e bocas, isso, imita a coitada da Angelina, enfia mais o fio dental, assim, espicha mais nesse bundão, afinal você pagou caro por ele. O mundo parou. Carros diminuiram a marcha, as janelas se encheram de curiosos (inclusive eu), crianças olhavam estarrecidas (será?). Durou uns 15 minutos. Foi a glória. Se ela repetiu a dose na orla deve ter contribuído e muito com o engarrafamento já tão insuportável nessa época. Agora ela foi embora. Quanto a mim, só resta comprar todas as revistas de mulheres peladas e ver se minha vizinha celebridade não está em alguma delas. Só não vou comprar a Playboy. O nível do espetáculo não era para tanto. Piris, voces me desculpem, não tenho a intenção de ofender ninguém. No fundo, bem lá no fundinho, queria ter um bocadinho da coragem de voces. Só um pouquinho, quase nada. Quem sabe um discreto fio dental, já que minha bundinha ainda está até que bem bonitinha? Vamos ver. Vou pensar!

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